quarta-feira, 8 de julho de 2009

Diário da Nova Vida na Pequena Londres

Faz tempo que eu quero fazer isso mas não encontrava inspiração...
E assistindo um filme, encontrei a inspiração que faltava pra fazer desse blog frustrado um “diário” sobre a minha mudança desde o início, até os dias atuais...
E assim começa o meu diário sobre a vida nova na pequena Londres...
Sinta-se a vontade!



CAPÍTULO 1: JANEIRO - A MUDANÇA

“Abençoados sejam os esquecidos, pois tiram o melhor de seus equívocos”
(Nietzsche – Além do Bem e do Mal)


Antes da certeza da mudança, tinha a expectativa... depois da certeza, o medo!
Quanto mais se aproximava o dia da mudança, mais medo eu sentia, mais vontade de abandonar os meus planos eu tinha... medo de falhar, medo de não agüentar a pressão de ficar longe das pessoas que eu amo, medo da responsabilidade! Cada dia surgia um novo medo, um novo desafio...
Um dia antes da mudança, já com as malas prontas, minha cabeça estava a mil... acordei pronta pra desistir de tudo... olhava para os meus pais e só conseguia ver a melhor parte de mim em pedaços... meu pai não conseguia esconder a preocupação e o nervosismo deixando escapar grosserias e patadas o tempo todo e chorando escondido no banheiro... minha mãe não parava de falar, parecia aqueles papagaios que ficam o dia todo falando, falando e falando... me contava tantas coisas várias vezes que eu achei que ia ficar louca... acho que ela queria falar tudo que tava dentro dela, pq a única pessoa que escutava e prestava atenção nas frustrações e planos que ela fazia, a companheira de chimarrão e arguile nas noites de insônia estava indo embora...
O mundo parecia que tava de cabeça para baixo... tudo rodava, tudo era confuso como um porre de tequila ou porradinha...
A noite, sai com a Mica, o André e o Marcuzão... aliviou um pouco aquele peso todo... dei risada, tomei cerveja, joguei sinuca e muita conversa fora... falamos tantas porcarias que eu poderia passar o resto do ano sem falar um único palavrão.
Enquanto o André me levava para casa, ficamos em silêncio como dois estranhos que mal se conhecem, só escutando a música do Incubus no fundo, como se aquela música falasse tudo que eu queria dizer para ele naquela hora e tudo o que ele espera que eu faça por ele como eu sempre procurei fazer... e aquela música se repetiu pelo caminho todo...
Muita coisa foi dita dentro daquele carro... coisas que me deram força, coragem de encarar o que eu tinha pela frente, e uma certeza... a certeza que eu nunca vou estar sozinha, pq eu tenho pessoas que me amam de verdade e que eu sei que eu posso contar sempre, mesmo longe... pra falar a verdade, a despedida do dia 30/01 foi pior que o término do namoro... com toda certeza!
A madrugada também foi longa... eu, minha mãe e minha cunhada não pregamos o olho... ficamos jogando conversa fora e matando o tempo... foi muito bom! Pelo menos a minha última noite foi bem acompanhada... as vezes ficava um silêncio, e quando eu olhava pra minha mãe, ela estava chorando... me senti a pior filha da puta do mundo!
E na manhã do dia 31/01, começava mais uma etapa da minha vida!

Cigarros por dia: 1 carteira.
Peso: acima do espero.
Aparência: acabada!
postado ao som de lenine - o último pôr do sol

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